Histórico

Em meados da década de 1990, nossa região já foi identificada como “Roteiro das Frutas” pelos profissionais da área de Turismo, tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada. Estudos da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, que datam dos anos 90, já desenhavam este Roteiro, que compunha, na época, o mapa estadual do turismo paulista.

No final da década de 90 iniciou-se, concretamente por vontade da comunidade, uma grande articulação entre os proprietários rurais da região, que se reuniam, na época, em pequenos grupos, com foco em encontrar uma alternativa para permanecer no campo, produzindo, mas com outras formas de geração de renda.

Esta demanda surge, especialmente, em função da pressão imobiliária intensa vivida por essa região, em virtude, especialmente, de estar estrategicamente localizada entre a capital paulista – maior centro emissor de turistas da América Latina e a região de Campinas, ambas regiões extremamente importantes do ponto de vista econômico para todo o país. Essa localização privilegiada, somada as vias de acesso excelentes, bem como à qualidade de vida inerente aos municípios dessa região, tornou a mesma, ao longo dos anos, uma região que recebe enorme fluxo de moradores da capital paulista e de outras grandes cidades, que buscam as facilidades dessa localização, aliadas as características dos municípios que a compõe.

Todo esse cenário fez com que, ao longo das últimas três décadas, as cidades viessem crescendo com esses novos moradores que, consequentemente, exigiram também adaptações destes municípios, que passaram a converter enormes áreas verdes em grandes condomínios residenciais.

Neste contexto, a pressão imobiliária tornou-se uma constante no meio rural de todos estes municípios, o que, aliado ao histórico de uma agricultura desvalorizada e com poucos investimentos e atenção das esferas públicas, tornou-se uma condicionante para que os produtores rurais dessa região buscassem alternativas que trouxessem uma possibilidade de uma melhor qualidade de vida para os mesmos e, ao mesmo tempo, justificasse a continuidade
da produção.

A visitação das propriedades surgiu então como possibilidade de negócio. O valor agregado vinculado a esta atividade traria os resultados esperados, já que, além de receberem os turistas, as propriedades teriam uma nova forma de comercializar seus produtos diretamente para o consumidor, o que geraria significativo valor agregado, em detrimento da comercialização dos produtos produzidos nessa região em centros de distribuição tradicionais, como CEASA, CEAGESP e etc.

Os ideais de permanecer produzindo, permanecerem no solo e garantirem melhores condições de vida aos seus familiares, foram aglutinados e organizados com a formação de uma Associação que congregava proprietários rurais dos oito municípios que se articularam inicialmente para criar o Circuito das Frutas: Itatiba, Itupeva, Indaiatuba, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Valinhos e Vinhedo. Com esta organização, os mesmos conseguiram representatividade e deram “corpo” a este Projeto e à criação dessa região turística, posteriormente organizada como Polo de Desenvolvimento Turístico Regional.

A ASSOCIAÇÃO DE TURISMO RURAL DO CIRCUITO DAS FRUTAS foi oficialmente fundada em 10 de outubro de 2000, mas as reuniões que deram origem à mesma iniciaram-se no final de 1998.

Logotipo
Figura 1. marca da Associação de Turismo Rural do Circuito das Frutas

A Associação foi fundada com objetivo de desenvolver, estruturar, organizar, fortalecer e divulgar o turismo rural no Circuito das Frutas. Sem fins lucrativos, a entidade não possui qualquer cunho partidário, social ou religioso.

Ao longo de sua história, a entidade realizou parcerias com o poder público municipal dos municípios que compõe o Circuito, bem como com as Secretarias de Turismo e Agricultura do Estado de São Paulo, além de entidades como Sebrae, Senar, Sescoop, Braztoa, IAC, Abraturr – Associação Paulista de Turismo Rural, Ministério do Turismo entre outras.

A Associação tem trabalhado de forma bastante efetiva com o objetivo de estabelecer parcerias diversas objetivando defender os interesses e atender as necessidades de seus associados, bem como de toda a região. Para tanto, tem oferecido a seus associados, por meio das mais diversas parcerias, ações de capacitação e treinamento, além de atuar sempre com base significativamente participativa. O planejamento estratégico da entidade, inclusive, é fruto de oficinas de planejamento participativo desenvolvidas em parceria com o Sescoop. Esta parceria ainda apoiou a criação, na região, do Selo de Qualidade em Turismo Rural, selo este que qualifica as propriedades rurais regionais como aptas a trabalhar com turismo, bem como identifica que as mesmas estão adequadas a Carta de Princípios do Turismo Rural no Circuito das Frutas, documento este desenvolvido a partir do Programa de Turismo Rural Cooperativo, com a participação ativa dos proprietários. Essa Carta de Princípios norteou a organização da Carta de Princípios do Turismo
Rural Paulista, criada posteriormente.

Toda essa movimentação de empreendedores rurais dos oito municípios da região, despertou o interesse e a aproximação do poder público municipal e o olhar atento também do Governo Estadual, que após a efetivação a Associação, passou a realizar ações direcionadas a atender as novas demandas então identificadas nessa região.

É importante salientar que o turismo rural, enquanto segmento do turismo, havia chegado recentemente ao país, com primeiras experiências na região de Lajes, em Santa Catarina e que agora chegavam, de maneira organizada, ao estado de São Paulo, pelas ações organizadas na região do Circuito das Frutas.

Neste processo, o Governo Estadual tornou-se um importante parceiro, por meio de três Secretarias: Secretaria de Turismo, Economia e Planejamento e Agricultura, que sempre estiveram presentes em nossas reuniões e apoiaram os trabalhos que começavam a se estruturar na região.

Uma das ações, que pode ser considerada como um divisor de águas para o fortalecimento da região, e que foi responsável principalmente pela integração dos municípios, tratou-se da realização de uma Oficina de Planejamento Regional, do PNMT – Programa Nacional de Municipalização do Turismo, em agosto de 2002, que deu origem ao Grupo de Trabalho do Polo Turístico do Circuito das Frutas, grupo este composto por representantes designados pelo Poder Público Municipal de cada um dos municípios integrantes do Polo, além de representantes da própria Associação de Turismo Rural do Circuito das Frutas e do Jundiaí e Região Convention & Visitors Bureau. Dessa reunião, nasceu o esboço de um plano regional para desenvolvimento da região do Circuito das Frutas, cuja base era a organização da esfera pública, para a gestão integrada das atividades do segmento.

E, finalmente, após exaustivas reuniões entre as esferas Municipal, Estadual e a comunidade envolvida, criou-se oficialmente, no dia 02 de outubro de 2002, o Polo Turístico do Circuito das Frutas, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do Exmo. Sr. Governador Geraldo Alckmin.

O Polo Turístico do Circuito das Frutas, foi o primeiro polo turístico regional criado oficialmente pelo Governo do Estado de São Paulo, o que deu margem para a formalização de outras regiões turísticas, posteriormente.
Em meados do ano de 2004, foi oficialmente formalizado o Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento do Polo Turístico do Circuito das Frutas, integrando representantes do turismo e da agricultura das oito cidades que, incialmente, compunham a região turística do Circuito das Frutas.

logotipo
Figura 2. primeira marca adotada pelo Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento do Polo
Turístico do Circuito das Frutas

Este Consórcio foi estruturado em formato de associação de municípios, com objetivo principal de fomentar o fortalecimento da atividade turística regional, com especial olhar para o segmento de turismo rural, neste momento, já mais bem estruturado nessa região.

No final de 2004, por determinação estadual, os municípios de Atibaia e Morungaba foram integrados ao Polo Turístico.

É importante salientar que, em termos de políticas públicas nacionais, a partir do ano de 2002, com a criação do Programa Nacional de Regionalização do Turismo, pelo recém criado Ministério do Turismo, as ações e políticas direcionadas à regionalização tornam-se prioritárias em termos de organização da atividade turística no país.

Atualmente, a atuação do Consórcio está vinculada ao desenvolvimento de projetos de fomento ao setor de turismo rural e fruticultura na região, tendo sido desenvolvido, recentemente, o Plano de Desenvolvimento Turístico do Circuito das Frutas.